Poemas | Lembranças doloridas

Recordações doloridas 

Esta foi uma tarde tumultuada em meu coração, foram horas de angustia por uma notícia sua, confesso um tanto desapontada, mil pensamentos se passaram em minha cabeça.  

Acontece que a gente quando está amando pela primeira vez fica bobo, parece criança quando ganha um doce.  

A saudade chega sem pedir licença e invade minha alma, então, meu coração palhaço logo começa a sofrer, tudo culpa deste seu jeito de me amar. 

Quando lhe conheci e prometi nunca me envolver contigo, eu era senhora de meus sentimentos e os comandava, mas, depois de provar seu amor e seus carinhos, esta autoridade caiu por terra. 

Por tanto quando digo que mesmo sem querer estou te amando, isto talvez seja absurdo você ouvir, mas, posso afirmar que é verdade. Quando a gente está amando e sente que não está sendo correspondido, isto faz da gente um molambo de amor por aí jogado aos cantos da solidão e da saudade que maltrata sem dó. 

Então quando olho a lua brilhante no céu lembro nossas conversas no quintal da roça, juntos falamos de tantos assuntos importantes, menos o mais precioso. Suas preocupações e minhas, mero detalhe diante de tudo sinto por ti. 

Fico imaginando nós dois abraçados a olhar aquelas paisagens ao pôr do sol, um vislumbre com tanta beleza que a natureza nos oferece, porém, o mais lindo era ver seus olhos brilhando enquanto contava de sua infância. 

Naquelas tardes que recordo com saudade, tenho você junto a mim, posso te ver olhar o verde das colinas, sorriso meio canto de boca, olhar perdido na imensidão do céu que já despontava as primeiras estrelas. 

Então com um abraço gostoso descíamos até a casa, onde ainda permanecíamos abraçados olhando a lua, céu estrelado, pássaros que corriam em busca de abrigo nos galhos das árvores próximas. 

E esta é uma das recordações gostosas que trago comigo, elas me servem de alivio quando estou muito triste pensando em ti. Ainda que eu viva muitos e muitos anos... Trarei você comigo em minha alma onde pode toca ló, apenas eu e minha solidão. 

Luzia Couto
Lei 9.610/98

14  de julho 2020 as 16:07