Da cabeça aos pés,
a arte discreta de uma rainha
veste e cobiça um poeta.
No seu longo cabelo
como se fossem fios de ouro
sentados sobre os ombros,
cujo silêncio e firmeza em seus olhos
denunciam e barulham
toda sensualidade e fogo
dos seus estáticos lábios artesanais,
desenhados a bico de pena.
A elegância do pescoço,
posicionado no ponto alto
da avenida central,
que atravessa entre seus seios e mamilos,
sem a permissão de vê-los...
Mas mesmo assim,
o poeta sente, toca e chupa
com o pensamento.
Nessa liberdade nunca dita
ou sequer permitida por ora,
ele percorre toda a arte
de todo esse corpo.
E de joelho, beija o umbigo
e se emociona
com o tamanho,
desenho e delicadeza da flor
que pulsa, pulsa e pulsa...
Mas diante da grandeza
das duas dunas
sobre as grossas,
límpidas e lisas pernas
firmadas em pés delicados e doces,
o poeta lambe o mel
que mina da rainha
através da imaginação
denunciada pelos seus olhos
sinceros, fixos e intensos.
Escritora Poetisa
Luzia Couto
Lei 9.610/98
07/12/2022
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