Era
noite de luar e céu estrelado quando Josenilda chegou de seu trabalho na
cidade, ela morava na fazenda na zona rural, todas as tardes após o almoço ela
ia para a cidade em seu carro. Era professora e tinha uma turma difícil de
adolescentes rebeldes, quando encerrava seu expediente para voltar para casa
era 22:20 da noite ainda tinha que percorrer 10 km a sua casa. Seu esposo as
vezes descia de carona com o pessoal da fazenda vizinha para voltar de
companhia com ela. Antônio era um homem trabalhador e dedicado a família, eles
tinham três filhos 02 meninas e um menino, o mais velho com 12 anos e as duas
menores com 09 e 06 anos. Ele que ficava mais em casa porque trabalhava nos
arredores da fazenda tinha mais tempo de ver o que filhos faziam. Nesta noite
quando ela chegou exausta e sentindo fortes dores de cabeça, seu esposo tinha colocado
os filhos para dormir eles estudavam de manhã precisavam dormir bem, ele
confessou a ela que estava ficando preocupado com ela nas estradas sozinha
todas as noites, preferia que ganhasse pouco, mas que trabalhasse em casa, ela
não abria mão de sua profissão achava que ele estava ficando chato. Os filhos
também achavam o pai chato por pegar no pé deles com horários.
Na manhã seguinte a
mulher estava cuidando dos afazeres de casa estava atrasada para fazer comida
as horas passando rápido quando ouviu alguém chamar na porta ela foi atender
era um homem desconhecido, ela chamou seu marido e este o atendeu. Depois
quando ela ia saindo para trabalhar Antônio disse a esposa hoje me aguarde não
venha sozinha, eu vou mesmo que seja a pé, estou preocupado o homem que teve
aqui andou fazendo umas perguntas sobre você, quem estudava junto e quem
voltava com você eu disse a ele que eu a buscava todas as noites, falou das
estradas de poeira e curvas achei ele muito interessado em saber o porquê de a
estrada ter o nome de estrada do assalto. Ele não me é estranho, mas não
consigo lembrar assim de nome, fiquei com receio de perguntar. Certo meu amor
eu lhe aguardo qualquer coisa ligue. O homem voltou a seus afazeres, ele disse para
os filhos estudarem todas as tardes depois de voltar da escola e monitorava
tudo. A tarde quando ele ia para a cidade o filho disse papai a vaca está de
bezerro no pasto de cima preciso de ajuda para busca-la, o homem disse filho
não podia ir com você tenho que ir pra cidade estou preocupado com sua mãe, o
menino disse uma besteiras e o chamou de enjoado. Nervoso com a situação Antônio
foi com ele buscar a vaca, quando chegou passava das 20 horas e estava faminto.
Depois de comer ele se banhou e pediu a Alex para leva-lo de moto até a entrada
da cidade já que o filho era menor não podia dirigir. A aula terminou e
Josenilda despediu-se das colegas e saiu, mas olhando rapidamente pela rua
observou dois homens encostados na porta de um carro. Ela ligou para seu marido
que disse estou te esperando na saída no barzinho do compadre. Ela contou o que
viu ele a orientou a sair rápido ele ia esperar na rua já em frente ao bar.
Tão logo entrou em
seu carro observou os homens também entraram e saíram na frente dela,
disfarçadamente ela olhou a placa viu que era de longe nome estranho. Ligou
novamente ao marido e disse eles saíram na minha frente saia da rua e entre de
novo e rápido eu ligo quando estiver me aproximando, ele saiu, o carro passou
ele anotou a placa e já preveniu dois homens amigos que moravam bem próximos dele,
mas estavam de moto, combinaram de os amigos irem um pouco atrás deles, todos
estavam armados. Josenilda aproximou ele entrou no carro e seguiram a dois km a
frente encontraram o primeiro obstáculo deixado pelos homens do carro uma pedra
bem grande no meio da estrada, ela contornou quase subindo no barranco, mas
passou. Pouco mais à frente o carro estava encostado do lado da estrada e os
homens fumavam encostados no carro. Quando ela ia passar um atravessou na
frente e pediu carona, disse que o carro deu defeito. Ela se negou ele disse
desça do carro, mas Antônio disse amigo saia da frente vamos passar. Os outros
dois homens vieram e começaram a dizer palavrões e abriram a porta do carro
obrigando a mulher a descer dizendo que era um assalto, o marido sacou a arma,
os amigos aproximaram de moto com o farol desligado e gritou Antônio fique no
carro com a mulher deixe por nossa conta, foi um tiroteio alguém havia avisado
a polícia quando ouviu a conversa deles no bar. A polícia chegou os bandidos
tentaram escapar, mas foram pegos pelos motoqueiros que o acertaram nas pernas,
um dos homens ficou ferido no braço e no joelho e os outros dois levaram tiros
nos pés e mãos. Os amigos levaram tiros de raspão para a sorte deles os
bandidos eram ruins de mira. Todos foram atendidos no pronto socorro e
liberados os homens foram presos e identificados eram fugitivos da polícia do
estado vizinho. Os amigos voltaram para casa junto de Antônio e Josenilda que
ficaram devendo favores que jamais pagariam. A mulher pediu para trocar seu
horário devido a incidência de assaltos cometidos na região, demorou mas saiu,
agora trabalharia o dia todo, mas a noite estaria em seu lar no abrigo de sua
família. Os filhos perceberam que o pai na verdade nunca foi chato era zeloso
pela família e especialmente pela mãe deles.
Texto
de Luzia Couto. Direitos Autorais Reservados a autora. Proibida a
cópia, colagem, reprodução de qualquer espécie ou divulgação de
qualquer natureza, do todo ou parte dele sem autorização prévia e
expressa da autora. Os Direitos estão assegurados nas Leis
brasileiras e internacionais de proteção à propriedade intelectual
e o desrespeito estará sujeito à aplicação das sanções penais
cabíveis.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Muito obrigada por deixar seu comentário, ele será moderado e em breve liberado aqui. Volte sempre.