A
noite chegava e a chuva fininha molhava a terra vermelha da estrada, era muitos
quilômetros de estrada de chão até na casa de Leila na zona rural. Ingrid
estudava na cidade e toda noite voltava para a casa depois da aula. Durante a
manhã ela trabalhava numa loja de cosméticos, após o almoço ia para a faculdade
cursava fisioterapia, era uma moça bonita inteligente e muito aplicada nos
estudos. A família morava numa casa grande e bem confortável na zona rural,
cuidava de bois e plantavam lavouras numa parte do sítio. Quando Ingrid chegava
a noite exausta, sua mãe aguardava com um banho relaxante e uma comida
quentinha no fogão de lenha, depois de comer conversava um pouco com o irmão e
dormia tinha que acordar cedo. Nesta noite ela olhou o tempo e pensou será que
consigo chegar em casa se continuar chovendo, acho melhor ligar e avisar que
não irei, tenho medo essa moto pesada se eu cair não consigo levantar sozinha.
Antes de ligar ia aguardar a aula terminar não queria preocupar sua família.
Após terminar olhou o tempo a chuva caia fininha a temperatura havia caído,
definitivamente não poderia voltar, mas sem pensar direito pegou a moto e saiu,
na estrada escura e cheia de barro ela se deu conta da burrada que fez.
Longe da cidade e de casa ela achou uma barreira na estrada havia chovido
mais que ela pensou, e como faria agora, a moto muito pesada sem pneus lameiros
não devia ter voltado, cheia de lama sozinha numa estrada sem muito movimento
quem poderia ajuda-la, sem nenhuma esperança de socorro tentou o celular não
tinha sinal sua família ia ficar preocupada não tinha ligado, Deus meu que eu
fiz me ajude mande uma alma bondosa mas invés disso caiu uma chuva grossa e
muitos trovões e relâmpagos, mal conseguindo empurrar a moto no barro tentou
sair do atoleiro, quando estava chorando e decidida a deixar a moto na estrada
e caminhar até sua casa viu um clarão de farol ao longe era no sentido contrário,
mas quem sabe poderia lhe socorrer limpando o barro do rosto encostou no canto
da estrada e deixou a moto no meio onde estava. Ao aproximar o carro era uma Toyota
com vários homens que voltavam de uma cidade mais distante, alguns começaram a
gritar com a moça ela sentiu medo, mas o motorista fez que parassem e disse
olhe veja se não é nossa fisioterapeuta mais bonita. Como sabe? Me conhece?
Fábio sorriu e disse não se lembra de mim? Morei perto de você alguns anos
atrás, desculpe estou confusa é muito barro não consigo enxergar direito, claro
eu sou Fábio, hum me lembrei será que poderia me ajudar? Claro que sim os
homens pegaram a moto colocaram em cima e ela foi na cabine junto dele, no
caminho ele falou menina é muito perigoso nunca mais faça isto sua família deve
estar aflita, eu passar por aqui foi sorte sua.
Algum tempo depois chegou em casa seu pai estava tirando o trator para ir
a seu encontro havia chovido muito e como não avisou suspeitaram que estava na
estrada. Agradeceram a Fábio e ele antes de sair deixou o número de seu
telefone com Ingrid, caso precise ligue. Ela sorriu deu um beijinho de barro em
seu rosto, seu coração disparou ele sentiu a mesma coisa, seria mera coincidência,
ele ficou pensando como ela está bela teria namorado, amanhã dou uma desculpa e
ligo. De manhã a moça saiu atrasada para o trabalho, seu pai fez recomendações
e sua mãe abençoou, depois na faculdade lembrou de olhar seu celular havia uma
mensagem de boa tarde de Fábio, seu coração bateu forte, respondeu, e até na
hora de voltar pra casa foram várias. Domingo depois da missa ela sentou com
uma amiga para tomar um café enquanto sua mãe comprava um bolo de aniversário
surpresa para uma vizinha, o rapaz apareceu e começaram a falar, quando Ana
chegou cumprimentou o moço e convidou para ir junto com elas na festinha
surpresa da vizinha, ele aceitou de bom grado. Após o bolo a família de Ingrid
convidou a ir em sua casa tomar um bom vinho e comer um queijo temperado,
ficaram relembrando do pai do rapaz que trabalhou muito tempo na fazenda do avô
da moça agora de seus pais. Fariam gosto se namorassem imaginou o irmão dela,
mamãe o que acha de eles namorarem? Meu filho, o marido de Leila disse eu faço
gosto, e pelo que percebi estamos atrapalhando o casal, vamos deixar eles a
sós. O moço agradeceu e fez a pergunta que não queria calar aceita namorar e
noivar comigo? Oh sim aceito noivar e casar depois que me formar, o namoro
continuava firme e a moça estava quase terminando a faculdade, tinha um
objetivo montar sua clínica e Fábio continuaria trabalhando sim, mas de
segurança da clínica e dela em particular foi uma exigência dele.
Texto
de Luzia Couto. Direitos Autorais Reservados a autora. Proibida a
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