Maria vive com seu
esposo Crispim a muitos anos em outro estado longe de sua terra natal. Os
natais sempre são tristes para ela, o esposo gosta de passar com os filhos, ela
quer viajar para rever sua família, sua mãe já faleceu mas tem o pai e irmãos.
As vezes liga dizendo que irá no próximo natal o que não acontece novamente,
desta vez eu vou marido, não adianta dizer não, eu já comprei minhas passagens,
vou rever minha família, mas sua família somos nós seu esposo filhos e netos,
ela não pensa assim família são todos que amamos. Na véspera da viagem o esposo
disse eu vou ficar triste sem você aqui, volte logo, me liga todas as manhãs e
noites, preciso ouvir sua voz assim me tranquilizo, mas ela sorrindo disse
deixe de bobagem homem somos velhos, só os jovens amam assim, o que está
dizendo amo muito sou apaixonado por você desde que lhe conheci, meu amor cada
dia aumenta mais. Os dois eram felizes seus filhos moravam bem próximos deles,
tinham dois netinhos lindos gêmeos, Marcos Antônio e João Vitor, ela vivia
paparicando estes anjinhos de 05 anos. O filho mais novo havia casado a pouco
tempo não tinha filhos ainda. Na manhã seguinte o esposo todo choroso a levou
ao aeroporto ficou com ela até ela ir voltando para casa cabisbaixo encontrou
um amigo que o convidou a jogar xadrez, ele meio tímido aceitou e disse vou
ficar pouco Maria pode ligar eu deixei o celular em casa.
Já em
outra cidade onde teve escala a mulher ligou para o esposo que não atendeu,
ligou novamente sem retorno ligou para o filho Heleno, seu pai não atendeu o
celular sabe dele, nunca sai de casa, será que ainda não voltou, o filho disse
viaje tranquila, vou cuidar de papai. Depois de algumas horas Crispim estava em
casa Heleno disse pai minha mãe ligou o s.r. não atendeu onde estava, filho
estava jogando xadrez com o Tião na pracinha, pai é perigoso lá não faça isto,
deixou a mãe preocupada, o homem cheio de remorso resolveu tomar uma cerveja, daí
foram várias e como fazia tempos havia deixado de beber ficou tonto, deitou e
apagou, a mulher desembarcou e seguiu de ônibus até sua cidade natal, a família
a aguardava com festa e muitos parentes, já havia ligado várias vezes até que o
marido atendeu com voz estranha, onde está mulher, olhe já cheguei vim bem, e
onde estava que não atendia o telefone, nem te conto tomei umas cervejas aqui e
ferrei no sono, por favor diga que é mentira, é verdade meu amor volte logo,
sim voltarei o tempo passou depressa um mês voou para Maria, mas para o homem
parou, ele estava muito deprimido pela falta da esposa, quando recebeu a
ligação da mulher no aeroporto se alegrou e tratou de se aprontar daí umas
poucas horas estaria com sua amada, ia dar muitos beijos nelas, era muito
carinho e amor pela esposa, os filhos diziam o pai parece um adolescente
apaixonado esperando a amada, ele depressa respondia e sou, amo sua mãe como na
primeira vez que a vi a 40 anos atrás, mas o destino estava prestes a lhe dar
uma rasteira.
As
horas pareciam não passar ele estava aflito esperando seu grande amor, ligou,
ligou nada impaciente buscou informações no balcão onde ficou sabendo no
aeroporto em outra capital próximo da li uma passageira enfartou por isto está
atrasado, mas deve tá pousando daí uns minutinhos, nisto olhe chegou, ele
correu todos passaram pelo portão de desembarque menos sua amada, moça por
favor, informe aqui senhor, neste momento seu mundo acabou, chame seu filho
senhor precisamos falar com ele, sem pernas para andar ligou pro filho no carro
que vai apressado, o que houve, olhe moço disse a aeromoça que vinha chegando
estas são as malas de sua mãe, ela está internada na cidade próxima sofreu um
infarto foi socorrida, mas precisa de alguém da família lá, o próximo voo e daqui
50 minutos, foi um choque mas o moço disse pai eu vou o senhor fica, ele
chorando disse filho eu vou contigo, nós vamos trazer sua mãe, ela ficar boa ,
Deus não leve Maria me leve no lugar dela. Os minutos passaram rápido, Henrique
o filho mais velho chegou com dinheiro e documentos e foram, ao chegar no
hospital falaram com os médicos que relataram os fatos e pediram calma. Nesta
hora foi uma choradeira, mas no fim ela sobreviveu depois de vários dias
retornou para sua família, seu grande amor Crispim não desgrudava nem por um
instante, mas ela ficou meio desmemoriada, pouco falava mas ganhava muitos
beijos e carinhos, o marido sempre repetia eu amo você como na primeira vez,
entre tantos carinhos e chamegos ela veio a óbito em sua casa ao lado de
seu eterno apaixonado, os natais deles agora serão para sempre sem Maria, e a
família dela nunca mais receberá ligações avisando que Maria irá.
Texto
escrito por Luzia Couto. Direitos Autorais Reservados a autora.
Proibida a cópia, colagem, reprodução de qualquer natureza ou
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